Francesca de Prata

Francesca Woodman

Francesca Woodman

|o corredor era sombrio, subia e parecia que não tinha fim
eu era pequenina, de olhos esbugalhados, a tentar perscrutar o que me trazia a escuridão
as paredes, frias pelo tempo, estavam preenchidas de memórias que não eram minhas, memórias de outros, perdidas com a perda que só o passar de uma vida pode trazer
sempre quis ser capaz de superar os meus receios e subir aquelas escadas sem medo e ver quem habitava a escuridão de outrora; mas quando consegui subir os primeiros degraus, já eu era maior que a própria escuridão e já as sombras iluminavam o meu caminho, de tão brancas se tornaram. 
Escuridão, essa, passou a ser memória minha, memória que um dia será perdida como se perderam as memórias da parede fria pelo tempo|

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